24 setembro, 2008

Equinócio

Equinócio… um género de equilíbrio.
Horas de Sol = Horas de Lua
Horas de Luz = Horas de Trevas

O encanto de um por do sol de Outono obriga-me a encostar o carro na berma.
Num movimento ancestral sento-me ali perto no chão húmido, voltado para o sol, e diante mim tenho um campo magnífico iluminado por uma luz perfeita e rosada. É uma planície de traços suaves com árvores dispersas, e sobre ela invento um bailado.

És tu que danças com o vento em gestos elegantes, suaves e harmoniosos, como uma borboleta, deixando no céu rastos de movimentos perpétuos.
És tu que sorris, e ao sorrires nasce uma melodia de ecos que percorrem todo o campo.
Tens a graça de um cavalo galopando livremente nos campos, espalhando atrás de si um manto de luz e liberdade.

Sinto-me agora à porta deste paraíso onde permaneço a ver-te dançar e sorrir nesse teu sorriso, que é só teu, não é de ninguém. Vejo-te, contemplo-te, estremeço mas não entro.

Entrar e abraçar-te seria como matar a sede com água salgada.

No final, desligou-se tudo e fiquei envolto em escuridão. Levo apenas comigo a melodia na cabeça, e a tal luz… no farolim do carro.

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