02 novembro, 2007

Imensidão-memórias de um nómada

...de brisa passa a vento, que agora sopra estalando, esticando velas e cordas, encurvando esteiras e testas, e neste silêncio aflito apenas se ouve o ranger de cordas e madeiras.
O mastro que era apenas um pau, limitado a gerar sombra em dias soalheiros e pouco mais, range agora de alegria, voltou a ser o mastro imponente que agora faz jus a seu nome.


Olho em redor e vejo risos e olhares cúmplices, que se tocam e abraçam, brindando alegria, olhos vivos de quem aprendeu a ter esperança até à ultima gota de vida.
Olhos de quem aprendeu a empilhar o medo, para trepar nele e subir mais alto.
olhos que mostram a grandeza de um ser humano, que se agiganta perante imensidão do mar.
Vou sorrindo também, e agora no horizonte quase que consigo medir este mar.
Escondido na imensidão sei que reside o medo, porque o medo nasce naquilo que é imprevisível, naquilo que não controlamos.

Como na vida, o mar traz tempestades que nos levam quase sempre qualquer coisa, no fundo temos o medo de perder. Aprendemos todos juntos a lidar com este medo.
Por isso, seja qual for o preço a pagar, atravessamos imensidões, e vencemos sempre as tempestades, porque antes de chegarmos, já lá estamos.

No fundo, Vencemos porque apenas quisemos vencer.


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