
No domingo houve noite de cinema, dia 14 de Dezembro – aniversário do protocolo de Kioto, parece que o rapazito já conta 11 anos.
Filme: The day the earth stood still.
Embora o tema já esteja um pouco “moído” pelas bandas de Hollywood, e sempre da mesma forma, desta vez não foi bem assim porque esta pastilha elástica foge um pouco do “padrão cowboy”.
Este filme é um “remake” da versão de 1951.
The day the earth stood still de 1951 teve como argumentista um senhor chamado Edmund North que foi companheiro de Coppola em outros guiões. Nessa época vivia-se a Guerra Fria, e perante o desenvolvimento de bombas atómicas com efeitos cada vez mais devastadores, especulava-se que o final da brincadeira poderia acabar em destruição maciça de cidades por esse mundo fora.
Baseado nesse receio, e tentando sensibilizar os senhores da guerra para as consequências de uma guerra nuclear, Edmund North prepara o guião do The day the earth stood still.
Filme em que surgem uns senhores extraterrestres que aterram em Manhattan (Projecto Manhattan é o plano secreto dos EUA para desenvolver bombas atómicas) nos Estados Unidos. Mal a nave aterra é imediatamente cercada por tropas americanas que criam logo um ambiente de hostilidade, dada a tensão da sensação de inferioridade tecnológica que julgavam ter em relação à URSS, levando a pensar que a nave teria origem na União das Repúblicas Socialistas.
The day the earth stood still de 2008 é semelhante ao de 1951, com uma ligeira diferença. A preocupação de agora não é a guerra fria mas sim a outra forma de destruição do planeta que foi ganhando maior dimensão desde 1951, ou seja, a poluição.
Nesta versão, a tão já “batida” demonstração da força militar americana também poderia levar-nos a pensar que é mais uma americanice do género: “Ladies and Gentlemen We Got Him!” mas não… um dos objectivos do filme acaba por ser a demonstração de que a diplomacia deverá ser sempre o caminho para resolução de problemas, crises, mesmo sobre o stress de sentirmo-nos ameaçados.
É curioso observar que a versão de 1951 é a favor da paragem da “corrida” ao armamento nuclear que levaria a destruição do planeta, quando eram precisamente os EUA que alimentavam essa corrida, e que a versão de 2008 visa a sensibilização para os mal tratos ambientais provocados ao planeta, numa época em que os EUA responsáveis por quase 1/3 das emissões gases causadores do chamado “efeito de estufa, abandonaram o protocolo de Kyoto. Filmes como este são pequenos gritos de sanidade humana que surgem no interior do “império cowboy” e para entender isto basta usar a cabeça. Não sendo um filme maravilhoso, considero-o razoável, e porque há aparências que iludem este filme não é o tradicional “God bless America”.
Para terminar, gostei da frase pronunciada pelo menos 2 vezes durante o filme:
“As pessoas em situações extremas mudam”… subscrevo!