
Para os mais entusiastas... ficam as desculpas pelo atraso da publicação deste post
6ª feira - Luana, 25 de Maio de 2007
Hoje é feriado, dia de Africa.
Aproveitei para ficar mais um dia em Luanda porque o programa era atractivo... Ida à praia, com boa companhia.
Bom, podia começar por descrever detalhadamente a viagem até à praia, mas não tem muito interesse a não ser o facto de termos saído de casa pelas 8h00, e chegarmos à praia cerca das 11h00. Por necessidade, desta vez, fomos por estradas secundárias, entenda-se... picadas. Foi diferente.
A determinada altura, uma pequena pausa na viagem, o meu regresso ao miradouro da lua, que é fácil de identificar nas fotos. Este local é quase paragem obrigatória, para quem vai de Luanda para sul pelo litoral e quer atravessar o rio kwanza, vale sempre a pena.
Depois de tirar umas fotos, e de “soltar” as pernas regressamos à estrada.
Antes de passar na ponte sobre o rio kwanza, a obrigatória paragem na portagem, onde vão passeando descontraidamente cabras e bodes... quadrúpedes claro, como podem constatar na foto em que ilustra um belíssimo exemplar da espécie.
Passada a portagem e ponte, temos mais umas dezenas de kms pela frente até à praia. Não sei o nome da praia, apenas que fica depois da minha já conhecida praia de Sangano, e um pouco depois de Cabo Ledo.
O dia, ainda está um pouco cinzento, mas pouco interessa, está calor, e aqui a cor do céu não tem relação parental com a temperatura.
Estamos a chegar, e ao entrarmos na picada vamos vendo lá em baixo, a praia, e à sua volta uma bonita paisagem, um pouco mais a frente tivemos que parar para tirar umas fotos, mas acreditem que aquela beleza não conseguiria ser copiada, por mais megapixels que houvessem. Depois, começou a lenta descida. Descer a estradita lunar que nos leva do encantador asfalto até à simpática areia da praia, digo lunar porque como podem imaginar esta estradita é formada por crateras. Desce-la não foi tarefa fácil, mas lá chegamos inteiros.
O Sol lá se decidiu a fazer-nos companhia, e por falar em companhia eu estava muito bem servido, o colega Mário, a Dulce e respectivas, encantadoras, divertidas, e doidas cadelas, a Kim e a Bauer.
Diga-se de passagem, que o inicio da semana não foi fácil para mim... ossos de oficio, mas agora estava a terminar naquele pequeno paraíso.
A Kim foi adoptada pela Dulce, e a Bauer veio de Portugal, portanto uma Angolana e uma Portuguesa. Foi interessante constatar que os bichos não tem preconceitos entre eles... digo entre eles, porque... já vão entender.
Durante a viagem até à praia, reparei no seguinte, Sempre que passávamos por pessoas de pele escura, a cadela ficava com os pelos do lombo eriçados e ladrava... muito irritada, ou diria antes, revoltada, mesmo depois na praia, teve a mesma atitude.
Curioso... Pensando um pouco, a cadela certamente que sofreu maus tratos por alguns senhores de pele mais escura, depois viu-se tratada no conforto e carinho que a Dulce lhe disponibilizou, que tem a pele mais clara, et voilá... o quadro ficou pintado.
Voltando à praia, é uma praia do meu número, isto é, serve-me na perfeição.
Areia limpa, algumas rochas, água límpida, pouco povoada, e quando se está sentado na areia tem-se a linda vista das águas verde esmeralda mesmo ali à frente, quando se está de molho, voltado para praia, tem-se a linda vista de serra verdejante, é de facto um local maravilhoso. Insisto, não sei o nome da praia, vou chamar-lhe formosa. Praia formosa.
A Kim e Bauer estavam também encantadas, e espalhavam a sua alegria em todos os grãos de areia. Estavam irrequietas, davam umas patadas na água, voltavam a terra, faziam-se de croquetes enrolando-se na areia, e reparem que até chegaram a atacar um humano que deu à costa (eu).
Confesso as minhas dificuldades em sair da água, pois esta estava com a quantidade de graus centigrados certa, e boa visibilidade. Alem da temperatura havia outra diferença que deveria ter sentido. Seria o facto destas águas serem mais salgadas. Bom, pelo sabor e ardor nos olhos não me pareceu. Mais salgadas porque? Porque há mais calor, logo mais evaporação, e menos chuva, logo menos adição de água doce.
Quanto às amigas quadrúpedes... essas corriam, corriam, corriam, nadavam, nadavam, nadavam e tinham sempre a gentileza de virem-se sacudir mesmo ao nosso lado, quando repousávamos nas toalhas... imaginem com tanto espaço para se sacudirem, mas não. Ali ao nosso lado era melhor.
As tantas a Bauer, já com pouco por inventar, começou a escavar de forma energética, ali junto dos meus pés, de quando em vez, parava... farejava como se tivesse detectado qualquer coisa.
Pode ser um cadáver... desde que tenha diamantes nos bolsos, o cenário não será tão mau, pensei eu.
Depois de umas horas, chega um casal amigo da Dulce, casal simpático e interessante... depois de umas boas conversas e apetitosas sandes e chamussas, o por do sol, o pano a cair sobre o palco, e que belo cenário deixamos para trás.
Seguiam-se algumas horas de viagem até Luanda, as cadelas dormiam, hesitamos algumas vezes no caminho de regresso, já que era a 1ª vez que o fazíamos em sentido oposto e os pontos de referencia à noite, mal se viam... mas felizmente para nós, escolhemos sempre bem.
No final, acabamos por jantar na casa da Dulce, um delicioso peru no forno com batatas assadas, acompanhados por bom vinho.
Obrigado Dulce, Obrigado Mário, Obrigado Kim e Obrigado Bauer, pela 6ª feira escape, que foi bem passada, acho que posso dizer... eu estava a precisar!