31 outubro, 2008

O Nosso Atlântico

Não é novidade que no resto da Europa há países com melhores níveis de vida, com cidades monumentais, com transportes públicos fantásticos, com cidades mais “arrumadinhas e românticas, mas há algo no nosso país que nos torna únicos e moldou-nos o carácter ao longo de séculos.
Não raras são as vezes que sofremos por estarmos na cauda da Europa, são as consequências desta meia-insularidade que tentamos combater para nos sentirmos mais Europeus, mas temos uma vantagem. Ser português é apresentar nos olhos um brilho quando se fala na palavra “Mar” e com vaidade podemos dizer aos nossos vizinhos, que o Atlântico Europeu é nosso e ninguém o pode contestar.
Lembro-me de ver na Televisão e mesmo ao vivo, a alegria nos velhotes do interior que nunca tinham visto o mar. A verdade é que ainda hoje fazem-se peregrinações das gentes do interior para vir ver o mar. Partem das suas terras levando olhos de ansiedade, e trazem no regresso o tal brilho de quem carrega uma alma cheia de Euforia e felicidade.
O que posso garantir é que, o encanto que o nosso Atlântico emite, vem do seu interior e mergulhando um pouco na questão, devo dizer que por mais palavras que tente compor, não consigo descrever o prazer de mergulhar.
Neste nosso mar temos a riqueza de nutrientes que consegue alimentar uma enorme quantidade de peixinhos, peixes e peixões, mas esse plâncton que torna a água esmeralda em vez de turquesa, também a torna mais fitogenica do que fotogénica, com a vantagem de ter uma biodiversidade equivalente à dos mais ricos recifes de coral.
Nas imediações da nossa capital, mais precisamente no cabo Espichel, existe uma brincadeira geológica engraçada em que, a plataforma continental passa abruptamente dos 40 metros de profundidade para os mil e qualquer coisa. Esta proximidade do mar alto traz para perto de Sesimbra espécies animais que de outro modo só se poderiam ver muito longe da costa. Pequenotes e Graúdos , cinzas e coloridos como se fossem pintados de cores fortes.
É aqui nasce a pergunta: Há outra capital europeia rodeada por esta maravilha?
Eis a magia do nosso Atlântico.

30 outubro, 2008

Movimento - Usem o Clip

Nos tempos que correm, dada a azafama do quotidiano, o ser Humano tornou-se de certa forma um ser menos sensível a muitas questões.
O assunto que vos trago hoje, trata de uma forma delicada uma tragédia que infelizmente passa despercebida ao comum dos mortais.
Meus amigos, apresento-vos: A problemática chacina dos agrafos.
Nunca ninguém jamais se deparou, meditou sobre o gesto mais simples, frio e quase “Hitleriano” com que diariamente são agrafados papéis?
Pois bem, imaginem-se no lugar de uma simples folha de papel A4 (para os mais gordos imaginem formato A3) e agora pensem no que seria se vos juntassem a outras individualidades que nunca tinham visto na vossa vida. Como se isso não bastasse vocês seriam posteriormente torturados num doloroso, simples, e seco CRRAAAP.
Bom, para além da dor inimaginável de ser-se trespassado com uma peça de metal é o significado, aquele gesto representa que vocês irão ficar juntinhos naquele agrupamento de estranhos durante algum tempo, e mesmo que eventualmente sejam libertados por um saca agrafos (na melhor das hipóteses) vocês nunca serão aquela folhinha direitinha impecável sem furos que foram outrora.
Isto para não falar do sentimento que se segue, é que se foram desagrafados é porque algo correu mal, e é caso para dizer, pior que agrafado é ser desagrafado, porque das quatro uma, ou são completamente rasgados, desmembrados a meio em vários pedaços, ou serão amarrotados até formarem uma bolinha de papel, ou serão desprezados num canto qualquer, ou voltam a ser novamente agrafados a outros estranhos, e qual quer uma das quatro é má.
Neste momento trágico e depois de agrafados só existe uma esperança que é serem desagrafados para vos tirarem uma cópia e voltarem a agrafar nos mesmo furinhos (quase impossível), porque ao menos desta forma vocês foram reproduzidos, e isso é bom.
Reparem ainda que os papéis importantes nunca são agrafados. Já viram algum documento emoldurado, Diploma, Certificados, etc que tivessem sido agrafados? Com os dois furinhos no cantinho? E papel no canto um pouco torcido? Já? Pois…
Na qualidade de presidente da liga defensora dos papeis agrafados e desagrafados, peço-vos piedosamente: Querem juntar papeis? Juntem, mas usem os clips por favor… já é tempo de parar esta chacina.

17 outubro, 2008

São crises...

Tomar, 3 de Outubro de 2008
Cine-Teatro de Tomar

Numa matemática musical... 1 piano + 1 contrabaixo + 1 bateria + 3 músicos competentes = Bom Concerto

As apresentações serão dispensadas quando se fala do nome Mário Laginha.

Um bilhete a 10€ para assistir a um concerto de Mario Laginha Trio é considerado uma autêntica pechincha, e mesmo tendo sido agendado para o inicio do mês, nem assim foi possível preencher mais de metade das cadeiras do Cine Teatro.
Não sei ao certo o que se passará por estas bandas do Nabão, mas preocupado pergunto-me se o pessoal prefere ficar em casa ignorando intencionalmente os cartazes culturais que vão surgindo, ou se a publicidade dos eventos é demasiado tímida, porque o preço era acessível a quase todas as carteiras, e portanto não creio que o problema seja este.

Independentemente das preferências de estilos musicais que nunca me serviram, mas que respeito, tenho uma certeza: A qualidade da música tocada naquele concerto foi acima da média, e ainda neste contexto tenho outra certeza para anunciar: A música é alimento para o nosso intelecto, individual e por consequência também o colectivo, e por isso insisto que ando a ficar com a sensação que a crise anda a “fechar” pessoas em casa, porque Tomar à noite parece uma cidade abandonada e com as salas de espectáculo a meio.
Sendo dos povos da Europa com melhor clima, e também por este facto arrisco dizer que somos incompreensivelmente os mais caseiros. Depois vem o efeito bola de neve, quando menos pessoas na rua depois do trabalho, mais constrangidos nos sentimos (quem sai), e quanto menos pessoas nos concertos, menos vontade têm os artistas de voltar a certas cidades, como Tomar.

Agora só a atalho de foice, e para que a faceta de contrastes no nosso país fique mais nítida, li algures que a zona do Vale do Tamega é a mais Pobre da Europa.
O engraçado é que esta zona está inserida na região norte (do nosso país) que tem mais ferraris por metro quadrado do que Itália.
Faz sentido? pois...

08 outubro, 2008

Pontos de fuga

De um vidro estilhaçado, tentei "inventar" pontos de fuga.
Na última foto, tornou-se engraçado o reflexo da luz solar em pequenas bolas.